sexta-feira, 12 de novembro de 2010
António-Pedro Vasconcelos
AQUI HÁ GATO!
O JOGO é o jornal do FCP. A BOLA é conotado com o Benfica. É o que se chama “ter a fama e não ter o proveito”. O FCP não brinca em serviço. Até
pode jogar bem dentro do campo, mas joga melhor nos bastidores. Desta
vez, no jornal onde, até agora, conviviam, democraticamente, os
portistas Miguel Sousa Tavares e Rui Moreira, com Leonor Pinhão e
Ricardo Araújo Pereira, além de Diogo Quintela, um sportinguista
decente, agora, só ficou a filha de Carlos Pinhão a defender as cores do
nosso Glorioso! Tudo em nome da isenção e do pluralismo.
Aliás,
o jornal tornou-se uma verdadeira 5ª coluna do inimigo: Bastou o
Benfica ter um desaire no Dragão para a capa seguinte fazer eco de
rumores vindos de bufos do balneário, interessados em desestabilizar a
equipa e o seu treinador, o homem que, no ano passado, ressuscitou os
mortos que Quique Flores deixou no relvado da Luz e pôs a equipa a jogar
como poucas na Europa do futebol. Isto para não falar de uma luminária
que assina Fernando Guerra, o jornalista que ajudou a desacreditar
Fernando Santos, que saudou o regresso de Camacho como se, na altura,
Vieira tivesse dado à Luz (literalmente) um novo D. Sebastião, que
tolerou a incompetência de Quique Flores, e que, desde o início, nunca
escondeu uma raiva latente contra Jorge Jesus, como se estivesse só à
espera do primeiro desaire para o distinguir com todos os epítetos do
seu indigente vocabulário táctico e com todos os nomes do seu rico
léxico de insultos. Basta ler o rol de aleivosias que ele escreveu no
princípio da época e voltou a escrever, agora, depois do clássico, para
perceber a felicidade com que saboreia os maus resultados do treinador
que ele elegeu como o seu ódio de estimação.
Parece
que me desviei do propósito, mas não. A saída das páginas da BOLA dos
dois humoristas dos Gato Fedorento que, todas as semanas, faziam as
delícias dos que, como eu, amam o Benfica, mas além disso odeiam a
batota, é um tiro no pé do jornal que tinha a reputação de ser vermelho,
mas que era, acima de tudo, um jornal que, para mim, que o comecei a
ler no tempo onde lá escreviam Ribeiro dos Reis, Cândido de Oliveira,
Tavares da Silva, Vítor Santos e Carlos Pinhão, tinha sido uma
referência do grande jornalismo. Deixar MST bolsar semanalmente todas as
aleivosias que lhe vinham ao espírito contra Ricardo Araújo Pereira e
Zé Diogo Quintela, a quem, à falta de argumentos, chamava “rafeiros” e
“censores” com toda a impunidade, deixar MST, embriagado pelo ódio ao
Clube que tem conduzido, sozinho, a luta pela decência no futebol,
deixar MST impor a sua censura, é pior do que um tiro no pé, é uma
vergonhosa cedência às birras e amuos dum arauto do FCP, que convive com
o conteúdo das escutas do “Apito Dourado” mas insulta quem as ouve.
Espero
que os benfiquistas deixem de ler A BOLA, e que os dois humoristas
encontrem rapidamente um jornal que os acolha sem censurar o que dizem, e
que seja isento, democrático, pluralista, amante do fair-play, num
mundo como é o do futebol português onde os miasmas do ódio, da
corrupção e da batota ameaçam perverter o prazer do espectáculo, o
mérito das vitórias e o respeito pelos adversários. Amén.
António-Pedro Vasconcelos
P.S. Já agora, é talvez altura de fazer uma pergunta inocente: PORQUE SERÁ QUE A SEDE DA LIGA É NO PORTO?
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